Psicoterapia para adolescentes, jovens e adultos e terapia de casal.
Postagem feita por Psicóloga Jóice Bruxel: Quando o espelho machuca – e porque muitos lucram com a sua baixa autoestima Você está muito magra, deveria engordar um pouco, seu rosto parece uma caveira, parece estar doente. Você está doente? Quem gosta de osso é cachorro”. - "Você é tão bonita de rosto, por que não emagrece? Tem que se cuidar, fechar a boca. Só não emagrece quem tem preguiça e não quer. Já pensou em fazer bariátrica? Ou tomar óleo de coco? Tenho uma amiga que perdeu 10 kg em uma semana comendo normal e tomando óleo de coco, guria! Juro.”. - "Por que você está tão forte? É muita bomba, né? Malha as pernas também, você está parecendo um funil." - “Você é tão magro que parece um frango. Acho que você deveria puxar um ferro de vez em quando.” - "Nossa, você quase não tem peito. Por que não coloca silicone? Hoje em dia, ‘quase todo mundo tem’. Nenhum decote fica bom se você não tem peito”. - "Você é muito peituda! Imagina quando você tiver filhos... Já pensou em fazer redução das mamas? Dá problema na coluna, hein... E fica vulgar usar qualquer decote, chama muito a atenção”. - "Por que você não corta um pouco o seu cabelo? Cabelo até a cintura não está mais na moda, tem que cortar um pouco. Porque sim”. - "Por que você não deixa o seu cabelo crescer? Fica mais feminino, você está parecendo um homem”. - "Acho que você envelheceu um pouco depois de escurecer o cabelo. Cabelo escuro envelhece, sabia?". - "Ahhhh, mas cabelo loiro platinado tem que cuidar muito, se eu fosse você, deixaria a cor natural, que é bem mais bonita. Aliás, o seu cabelo está estranho, já viu que ele está cinza? Parece o cabelo da minha vó...”. - “Mulher, o teu cabelo é muito volumoso, já pensou em fazer uma progressiva? Acho que combina mais contigo”. - “Teu cabelo é liso natural, né? Você não enjoa dele assim, tão ‘escorrido’? Joga ele pro lado, ou passa um xampu a seco pra dar um volumão, sabe? Repartido ao meio eu acho muito anos 90. Mais volumoso fica mais mulherão. Combina mais com você”. P.S.: Todas as falas acima são verdadeiras. Algumas foram direcionadas a mim, e outras, a pessoas próximas e de meu convívio pessoal. E você? Em qual dessas posições você se reconhece? Em qual delas você se encaixa? Qual dessas falas você já replicou ou já ouviu?Você se sente pressionado para “chegar lá” e alcançar um padrão de beleza totalmente irreal e equivocado ou você se sente bem na sua própria pele? Sempre foi assim? Como foi a sua trajetória e o decorrer do caminho, até aqui? Como você se sente na frente do espelho, hoje? Sobre o padrão irreal da beleza - um modo silencioso de destruição em massaOs padrões de beleza foram construídos, reforçados e modificados, e provavelmente continuarão sendo, mesmo que nós não estejamos mais aqui para comprovar tal fato e tais mudanças. O padrão de beleza estipulado e tão almejado atinge uma parcela mínima da população, ou praticamente ninguém. Porque mesmo as mulheres (e homens) que nós consideramos ideais ou superestimamos, na verdade, vendem uma imagem de perfeição. Uma imagem criada, manipulada, “photoshopada”, maquiada, modificada, forjada. De perto, no dia a dia, nu e cru, ninguém é perfeito. Mas sim, o ideal de perfeição precisa ser criado, e mais ainda, ele precisa ser inalcançável, inatingível.Porque enquanto você estiver no processo, buscando, se sentindo feio, se inferiorizando, a indústria permanecerá lucrando.A indústria precisa fazer você se sentir um lixo, pra te vender a “solução”. Um novo procedimento cirúrgico, uma nova dieta com pílulas mágicas que “derretem a gordura”, cremes e procedimentos estéticos caríssimos, medicamentos que deixam os seus cabelos e as suas unhas mais bonitas, novas tinturas e técnicas capilares, etc. O problema não é ser adepto aos procedimentos, devemos nos cuidar e nos sentir bonitos (e acima de tudo, ser saudáveis) – o problema, a meu ver, reside em nos tornarmos refém deles. Quando você se torna refém, você deixa de ser quem você é, para se tornar uma ilusão do que você jamais será.A destruição, nesse caso, é a da autoestima. Do olhar amoroso consigo mesmo. Do reconhecimento das próprias qualidades. É como estivesse estabelecido de uma forma implícita, que você só será bonito quando chegar a um lugar que você fantasiou. Mas esse lugar, na verdade, não existe. Porque você sempre vai querer mais. Você pode ter crises de choro na hora de sair de casa ou achar que nenhuma roupa fica bem em você. Você pode se odiar, pode ter ter vontade de cavar um buraco, se enfiar dentro, e permanecer ali por horas. Pode olhar pra uma pessoa e desejar ter o cabelo igual ao dela, mas não fazer ideia de que tudo o que ela gostaria de ter são olhos iguais aos seus. Sendo um pouco mais drástica, você pode se punir, se sentir um fracasso, ser abusivo (a) consigo mesmo (a). Pode querer fugir, se esconder, pelo simples fato de não se sentir bem na própria pele, ou não se reconhecer em seu próprio corpo. Aliás, você consegue perceber como as coisas já passaram do limite? Nós já aceitamos isso como "normal", afinal, que mulher nunca teve uma crise existencial por causa da insatisfação da aparência, na hora de sair de casa? Eu já, diversas vezes. Mas não, não é normal e não está certo. Só porque muitas pessoas replicam esse tipo de comportamento, não significa que esteja certo. Nunca será certo (e nem normal) odiar ou menosprezar a si mesmo. Em nenhuma circunstância.Enfim, existem muitas variáveis do que pode acontecer. Assim como você também pode despertar e decidir se amar e se aceitar, do seu jeito, da sua forma, com o seu corpo. E isso não significa que você não pode querer mudar o que lhe gera insatisfação, mas o processo de mudança precisa ser um processo de amor consigo e por si mesmo, e não de ódio. Muitas vezes o percurso é mais importante do que o próprio resultado. Em um mundo que tenta te colocar pra baixo, gostar de si mesmo é um ato de revolução!Conheço muitas mulheres, e conheci muitas ao longo da minha vida, e nunca ouvi uma mulher dizer que está totalmente satisfeita consigo mesma, ou melhor, com a sua aparência. Conheci mulheres lindas, de baixa autoestima, que detestavam a sua aparência; assim como conheci outras nem tão bonitas assim, que se sentiam muito seguras e tinham a autoestima quase nas nuvens. P.S.: Estou falando sobre mulheres pelo simples fato de ser mulher, com os homens não é diferente, apesar de geralmente lidarem de uma forma menos “neurótica” com a aparência. É claro que existem os homens metrossexuais e super vaidosos, mas a diferença na quantidade de produtos cosméticos e de procedimentos estéticos, ainda é grande, de um modo geral. Mas o que eu quero dizer com isso é: a autoestima, relacionada à nossa aparência, não tem nada a ver com o que os outros enxergam ou pensam de nós, tem a ver com o que nós vemos e como nos enxergamos e nos posicionamos, frente a nós mesmos, e perante o mundo que nos rodeia. Em outras palavras, uma pessoa considerada "muito bonita", por exemplo, pela maioria das pessoas, não necessariamente terá a autoestima alta. O que vai definir é a forma como ela mesma se vê. Da forma que ela se vê. Porque ela pode não conseguir enxergar a própria beleza, por mais que os outros a vejam. Então, a partir do momento em que nós reconhecemos quem somos, como somos, e conseguimos ver em nós qualidades, pontos positivos, e beleza, nos tornamos menos manipuláveis. Da mídia, das opiniões alheias, do externo, em geral.Se você está bem consigo mesmo, as coisas externas deixam de ter tanto impacto.Ser consciente do mundo que nos cerca, da indústria, da mídia, da moda, bem como das suas intenções, nos permite entender que a realidade do “esteticamente ideal” em que vivemos, de real não tem nada. Você quer fazer diferente e ser verdadeiramente, um (a) revolucionário (a)? Comece por você mesmo. Pela imagem que você reflete e vê refletida no espelho. Na mudança do seu olhar e no julgamento sobre si mesmo. Você é bonito(a)! Aceite!Não importa quem você é, como você é, ou como você gostaria de ser. Você não precisa brilhar. Esqueça o SE (se eu emagrecesse, se eu engordasse, se eu fosse mais alto, se eu fosse mais baixo, se eu não fosse calvo, se eu isso, se eu aquilo), eles não representam como você é (ou como você está) hoje. Aliás, como você reage a um elogio? Aceite! Pare de se colocar tão pra baixo! Você é bonito (a), admirável, charmoso (a), hoje! Não coloque metas para se sentir bem! Decida se sentir bem agora! Você pode ter metas sim, mas de uma forma sadia. Se você conseguir se olhar com amor ao invés de se culpar, se punir e se menosprezar, o caminho percorrido será muito mais leve e prazeroso. Eu sei que não é fácil, eu também tenho as minhas crises, mas hoje consigo reconhecer as minhas qualidades a e a minha beleza, independente dos meus defeitos ou do que eu ainda posso melhorar. Hoje eu consigo aceitar que eu jamais serei perfeita, mesmo que de vez em quando, essa convicção ainda me frustre um pouco.Mas acredite em mim – eu já lutei por um padrão inalcançável e eu só me machuquei por não conseguir chegar lá.Amor próprio vale mais a pena, é mais recompensador, e é real. No final das contas, tudo tem a ver com quem você é. Se você estiver bem consigo, mesmo que você não seja o Brad Pitt ou a Angelina Jolie, a sua imagem refletirá a sua beleza. Vai dizer que você nunca conheceu uma pessoa que considerou lindo (a) e por sua personalidade feia, deixou de achá-la bonita? Ou então conheceu uma pessoa que você considerava feia, mas por ser gente boa, querida, amável, passou a achá-la bonita e encantadora? A nossa imagem é muito mais do que atributos físicos.CONCLUSÃO O padrão de beleza tão pregado e reforçado foi construído e alimentado para que você seja infinitamente insatisfeito consigo mesmo. A indústria lucra com a sua insegurança e sua baixa autoestima. Não seja mais refém! Desperte e ame-se! Você é belo (a)! Saiba mais sobre psicólogo em curitiba via Blogger Quando o espelho machuca – e porque muitos lucram com a sua baixa autoestima
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Texto escrito pela Psicóloga Jóice Bruxel: A minha experiência com a depressão – e o que você pode aprender com isso Depressão é frescura. Você não está doente, você é preguiçoso!Quantas vezes você já ouviu essa frase (ou outras similares)? Quantas vezes você precisou engolir comentários maldosos e totalmente sem conhecimento, de pessoas que acreditam ter certeza, do que elas não fazem a menor ideia? Do fundo do meu coração, eu espero que você que está lendo este texto, não seja uma das pessoas que replicam esse tipo de fala, mas se for, continua lendo, porque você sim está doente e foi picado pelo mosquitinho da ignorância, e pra ser curado meu (minha) caro (a), só com doses cavalares de conhecimento (e alguns "puxões de orelha"). E pra você que não replica esse tipo de frase e também nunca teve depressão, eu recomendo doses extras de empatia... Porque se você ainda não teve ou conviveu (o que eu acho pouco provável), em algum momento você irá conviver com alguém que tenha depressão. E você precisa aprender a lidar com isso. Precisa dar e ser o apoio. Precisa enxergar com olhos amorosos.As pessoas com as quais você convive, também são responsabilidade sua! Você não precisa entender. Precisa respeitar e acolher.Seria muita pretensão da minha/sua/nossa parte, querer que você entenda a depressão do outro, ou os motivos e fatores que o levaram ao adoecimento, mas tenha consciência: você não precisa entender tudo, o mundo não gira em torno de você ou do que é importante pra você – independente do seu entendimento, você precisa respeitar e acolher. Eu ouço e leio comentários absurdos sobre depressão. E além de absurdos, muitas vezes, altamente prejudiciais para alguém que já está fragilizado. E esses comentários surgem de todos os lados, da internet, de pessoas de meu convívio, de amigos, enfim, de pessoas feitas de carne e osso, e em diferentes níveis de instrução. É um bombardeio de “achismos” totalmente equivocados, e frente a isso eu não posso mais me calar, e é justamente por isso que estou escrevendo este texto. Pra dizer pra você, que tem depressão, que eu te entendo! E pra você que não valida sentimentos, doenças, e modos de ser e estar, alheios, que você precisa urgentemente ampliar o seu olhar e pesquisar sobre o assunto.Depressão NÃO é falta de Deus!Se a cada vez que eu ouvisse isso, eu ganhasse um real, eu provavelmente já estaria com uma bela poupança. E não, depressão não é falta de Deus. Independente da sua crença, não caia nesse mérito. Depressão é uma doença (ou um distúrbio afetivo), que implica diferentes fatores: social, químico e biológico. Você leu a parte do químico, certo? Existem diversas evidências que comprovam alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido. Esse tipo de fala não ajuda ninguém. Se você crê em Deus, suas ações devem ser correspondentes... Seja você um representante de Deus para o outro. Praticar a empatia, acolher, aceitar incondicionalmente é um bom começo. Quando você tiver vontade de falar pra alguém com depressão que ela precisa de Deus, substitua a sua fala por um abraço! Represente Deus! Aliás, Deus é amor e não julgamento, certo?A minha experiência com a depressãoUé, Jóice. Mas você é psicóloga, e já teve depressão? Como assim? Sim. Eu tive depressão na adolescência. Fiz acompanhamento psicológico e medicamentoso. E é o que eu indico. Psicoterapia aliada ao uso de medicamento (quando necessário) é importante. O medicamento pode agir no “sintoma”, é mais imediato, mas a psicoterapia age na causa. No fundo. No que você, muitas vezes, mantém guardado em um bauzinho velho, dentro do seu coração, da sua alma e da sua mente, pra não ter que lidar, pra não ter que encarar. Porque dói. Enfrentar dói. Mas é importante. É preciso.Pra você se tornar o seu melhor, você precisa aprender a lidar com o que você tem de pior.A dor tem um papel fundamental em quem nós somos. Lidar com a nossa dor é lidar com a verdade, e a verdade nos liberta, rompe as nossas amarras, nos permite chegar ao fundo do poço, para nos tornarmos inteiros novamente. Eu descobri a minha depressão quando cheguei ao fundo do poço, porque eu não tinha alguns dos sintomas mais comuns, como por exemplo: humor depressivo, desânimo, ausência de sentido na vida, dificuldade de concentração. No meu caso, os sintomas predominantes eram a irritabilidade, ansiedade, desinteresse pelas coisas que antes eu gostava e eram importantes pra mim. Outra coisa que eu tinha muito, de uma forma muito intensa (inclusive fiz vários exames na época), eram pontadas na cabeça. Pontadas avassaladoras, que quase me faziam desmaiar de tão intensas. Aos poucos, todas as cores me pareciam cinza. A alegria, a risada que eu sempre tive, permaneciam, mas de uma forma forjada. De fora, pra fora. E não de dentro, pra fora. Faziam parte só na aparência. Porque eu tentava fazer de conta que estava tudo bem, tentava acreditar nisso, inclusive. Eu achava que ia passar, que era algo momentâneo. Eu segui essa linha até que eu não consegui mais suportar e desmoronei. Eu vivia irritada, dava uma proporção gigante para coisas que antes, eu não daria importância alguma. Tudo me afetava profundamente. Mas eu achava que era por causa da adolescência, porque eu sempre ouvia falar que adolescentes eram “aborrecentes”, então, eu achava que até aí, estava tudo normal. Eu cheguei ao fundo do poço e teve uma hora em que eu precisei de ajuda.Tive a sorte de ter pais amorosos, acolhedores e carinhosos que me acolheram e me compreenderam, que validaram os meus sentimentos, e procuraram ajuda especializada. Sem cobranças, sem preconceitos, sem imposições. Porque pra quem via de fora, eu não tinha motivos. Que audácia seria uma menina como eu, que sempre teve tudo, sempre teve amor, cuidado, amparo, saúde, ter depressão, certo? Errado. Para ter depressão basta ser humano. Obviamente os meus sofrimentos não eram tão terríveis quanto muitos sofrimentos alheios, mas eram meus, e eu não consegui lidar com eles, na época. O que pra mim foi muito doloroso, talvez você "tirasse de letra". Assim como o que pode causar extremo sofrimento pra você, talvez, nem me afete. Tenha sempre em mente: Não há como mensurar o sofrimento alheio!Essa é outra fala que replicam por aí... “Há tanta gente pior que você, você tem tudo, deveria agradecer pela vida que tem”. Blá, blá, blá. Eu sempre fui grata, e sou mais grata a cada dia que passa. Depressão também não tem a ver com gratidão Existe possibilidade de melhora!Ah, você quer saber como eu estou hoje? Eu estou bem, obrigada. Tão bem que eu dedico a minha vida a ajudar as pessoas a enfrentarem os seus obstáculos. Obviamente eu tenho dias tristes, mas tristeza é diferente de depressão. A tristeza é um sentimento natural e legítimo, além do mais, só conhecemos a alegria por causa da tristeza. Tristeza não é o problema, o problema é paralisarmos nela, permanecermos tristes.Para sermos inteiros, precisamos nos permitir doer.Aprender a lidar com os nossos sentimentos é sadio, não reprimir o que você sente e ser fiel ao que você sente é importante. Independente do diagnóstico, somos todos seres humanos, necessitados de amor, de acolhimento, de carinho e empatia. Há possibilidade de melhora. E muita possibilidade. O primeiro passo é buscar ajuda. Ignorar o que te falam, deixar pra lá os “achismos” alheios. Nós não damos conta de tudo, o tempo todo. Ser forte não é dar conta de tudo, ser forte é conhecer os nossos limites. E todos nós temos. Não ultrapasse os seus limites. Peça ajuda antes!Existem pessoas que podem te ajudar, você não precisa enfrentar isso sozinho! Uma pessoa com depressão não precisa de motivação, ela precisa de acolhimento e empatia!NÃO adianta falar pra uma pessoa com depressão nenhuma das frases a seguir: “você precisa se ajudar”; “você precisa sair de casa”; “você tem que se esforçar”; “você não é mais a mesma”; “você tem que pensar positivo”; “você precisa levantar da cama”; “você deveria sair um pouco”. Entre tantas outras similares. O fato é: uma pessoa com depressão não precisa de um incentivador ou motivador emocional. Ela sabe que deveria sair de casa, deveria sair da cama, se arrumar, comer, tomar banho, enfim, fazer as coisas como sempre fez, mas a questão é que ela não consegue! É como se ela tivesse “amarras” invisíveis. Independe da “força de vontade”. Porque muito provavelmente ela não tenha mais força. Aliás, você acha mesmo que alguém escolhe ficar assim? Depressão não é legal. Não é romântico. Não é preguiça e nem algo "da moda" (como eu já ouvi pessoas falando). Falas como as que eu citei acima, podem empurrar a pessoa mais pra baixo do que ela já está. Você quer fazer com que ela se sinta mais impotente frente a própria vida ou quer mesmo ajudar? Você está preocupado com ela ou só está frustrado por ela não corresponder às expectativas que você tem sobre ela? Ao invés de falar isso, mesmo que as suas intenções sejam ótimas, tente praticar a empatia. Acolha, abrace, ouça. Pergunte como ela se sente. Ouça mais do que fale. Estenda a mão. Ofereça ajuda e tente pensar com ela alternativas de ajuda. O que eu acho fundamental? Psicoterapia. E em alguns casos, acredito na importância do tratamento medicamentoso, em paralelo. CONCLUSÃO Cada caso é um caso. Cada ser é um ser. Não meça o outro pela sua própria perspectiva e percepção. Tente enxergá-lo através do ângulo dele mesmo. Tente se colocar no lugar do outro. Pratique a empatia! Para ampliar a sua visão, sugiro também a leitura do meu artigo sobre suicídio.Saiba mais sobre psicóloga curitiba via Blogger A minha experiência com a depressão – e o que você pode aprender com isso Artigo produzido por Psicóloga Jóice Bruxel: Vínculos familiares não são necessariamente de amor – Um relato real Um breve relato sobre uma história de não amor real:Vou começar este texto relatando um desabafo. O nome utilizado aqui é um nome fictício, para a preservação da identidade de minha paciente (que permitiu que eu escrevesse este texto). Fernanda, em uma das nossas sessões, muito ansiosa e desconfortável, trouxe uma questão, que segundo ela, estava engasgada em sua garganta há muitos anos: o fato de não sentir amor pela mãe. Vou relatar o relacionamento com a mãe de forma breve, apenas para contextualizar: Fernanda não conheceu o pai, após nascer, sua mãe a deixou com a avó, pois queria curtir a vida e a juventude, e acreditava que isso não era possível ao lado da filha, pois a considerava um atraso de vida. Ela não foi desejada por sua mãe, mas foi desejada por sua avó, e inclusive foi a avó que não permitiu que ela fosse abortada. Fernanda passou muitos anos sem ver a mãe (que estava se aventurando pelo mundo afora), sem nenhuma notícia de seu “paradeiro”. Até que um belo dia, quando já tinha treze anos, sua mãe apareceu. Fernanda conta que em um dia de inverno, enquanto a sua avó preparava um chocolate quente para ambas, tocou a campainha de uma forma “impaciente” e “escandalosa”. Ela prontamente foi atender, e quando abriu a porta viu uma mulher, maltrapilha, chorando muito e a chamando de “filha”. Imediatamente, Fernanda chamou a sua avó (a qual chamava de mãe), que também caiu em prantos ao ver “aquela mulher” que estava na porta. Era de fato, a mãe de Fernanda. A mãe de Fernanda estava com uma aparência suja, com um odor forte por não tomar banho há dias. Ela estava sem nada, de mãos vazias. As suas posses eram somente a dor e o arrependimento. A avó chamou a mãe de Fernanda para entrar, e imediatamente a encaminhou para o banho. Após sair do banho, com roupas emprestadas e improvisadas, ela abraçou a filha e chorou desesperadamente por alguns minutos, que para Fernanda, mais parecerem uma eternidade. Fernanda relata ter, naquele momento, enquanto estava envolta por aquele abraço, se sentido confusa, com nojo, com raiva, com pena. Não conseguia identificar os sentimentos, era um misto de tudo, mas ao mesmo tempo, de nada.Era um abraço apertado, porém vazio.Após este dia, muitos dias se passaram. Na verdade, anos. Sua mãe passou a morar na mesma casa, mas soando com uma completa desconhecida. Esta se dizia arrependida de suas escolhas e decisão de abandono, contou histórias horrorosas de relacionamentos abusivos que teve ao longo daqueles anos, de violência, envolvimento com drogas e prostituição. Mãe e filha se aproximaram, aos poucos e conviviam de uma maneira razoavelmente tranquila. A mãe de Fernanda foi retomando a vida aos poucos, sendo que estava emocionalmente estraçalhada e financeiramente falida. Começou do zero, mas conseguiu dar a volta por cima. Fernanda, a mãe e a avó moraram juntas até Fernanda sair para morar com um rapaz, aos 19 anos. Elas mantinham contato, mas o alicerce desse contato era a avó, e após o falecimento da avó, 6 anos depois, mãe e filha deixaram de se ver e se falar com frequência. Fernanda diz que se sentia pressionada, sufocada com as cobranças de amor e de carinho da mãe. Ela relata ter a perdoado, mas diz que nunca conseguiu ver nela uma figura materna, pois o vínculo materno dela era somente com a avó, ou "mãe de criação", como ela mesma a chamava. Por não conseguir suprir os desejos da mãe, e por isso causar extremo sofrimento e de uma certa forma, até, culpa, ela optou por se afastar. No presente, 10 anos de pouco contato com a mãe, Fernanda diz não conseguir amar a sua mãe e se sente culpada por isso. Diz que a falta de amor pela mãe é um tormento que ela não consegue superar. É um fantasma, algo que de vez em quando, volta para assombrá-la. Ela acredita que por ser a sua mãe, sangue do seu sangue, a mulher que a gerou, deve amor a ela, mesmo tendo sido rejeitada por ela. Mesmo, segundo ela, ainda carregando o peso da rejeição, quando olha em seus olhos ou sente o seu abraço. Fernanda não sente amor pela mãe, não sente carinho e nem quer ter ela por perto. Existe na verdade, uma ausência de significado em relação a sua mãe. Tudo o que ela consegue sentir, é saudade e falta de sua avó. Mas ela sente culpa. Se sente negligente. Porque muitos dizem que ela deveria amá-la, porque afinal de contas, ela é a "mãe" dela. Vínculos são construções. Não se culpe por não amar!Este breve relato eu estampei para que você pudesse visualizar e tirar as suas próprias conclusões, e também fazer os seus próprios questionamentos sobre a questão do vínculo. O que você precisa ter em mente é:Se você não ama algum parente seu, não se culpe! Laços sanguíneos não são, necessariamente, laços de amor.E não há nenhum problema nisso! O amor não é um sentimento, ou estado de transe, o amor é uma construção. Nós não nascemos emocionalmente vinculados aos nossos pais, aos nossos filhos ou com qualquer membro familiar, nós criamos vínculos no decorrer de nossa existência. Ou não criamos. Simples assim. Se não criarmos vínculos emocionais, ou melhor, se não construirmos vínculos e estes não se solidificarem, a questão sanguínea pouco importa. Há uma ligação, obviamente, mas apenas uma ligação genética. Neste contexto, a questão biológica não tem nada a ver, propriamente, com o amor. Se quem te gerou não se envolveu emocionalmente com você e construiu um vínculo afetivo, sólido, forte, incondicional, de amor, de respeito, e de carinho, é muito provável que você não ame esta pessoa, e por mais que isso pareça assustador, é natural. Vejo filhos que não amam pais, vejo pais que não amam filhos, vejo famílias que se toleram e que carregam dores veladas de não amor pela eternidade. É preciso enfrentar. Não se culpar é um bom começo. Nem sempre amamos quem está do nosso lado, nossos pais, nossos irmãos, nosso “sangue”, porque em primeira e última instância, o desejo de todo ser humano é ser amado. Se não somos amados, não amamos. Todo e qualquer vínculo é bilateral. Vínculo implica necessariamente, reciprocidade.Não tem como se vincular com o nada, aonde não existe nada do outro lado. Uma ponte, por exemplo, precisa de dois lados para ser construída. Assim é também o vínculo. Se não existem dois lados, não há possibilidade de ligação. Não é preciso amar todas as pessoas, é preciso reconhecer quem você ama de verdade!Outra pessoa me falou há uns dias atrás: “fulana é minha irmã, mas é estranho, é como se eu não conhecesse ela, porque eu não tive muito convívio com ela, não sei muita coisa sobre ela e nem ela sobre mim”. O engraçado é que essa pessoa verbaliza que ama a irmã que admite nem conhecer.Como amar o desconhecido, sendo que o que você desconhece não possui valor significativo em sua vida? Como se vincular a alguém que não significa nada?Talvez amar seja uma pressão social, e é por isso que o amor anda tão banalizado. Porque nos forçam a sentir, mesmo quando não existe mínima relação de convívio para isso. Quando não existe construção. Quando não existe nada. Dizem que você tem que amar a sua família, independente de tudo, por carregar no seu corpo o sangue e a genética, porque não querem te falar que muito provavelmente você não ame quem te abandonou, quem não te amou, quem não te protegeu, quem te rejeitou, quem não se importou com você e quem não fez parte da sua vida, de uma forma ativa e incondicional. Eu acho pouco provável a possibilidade de amar alguém que nunca esteve ao seu lado e nunca foi disponível pra você, ou que causou dor ou danos irreversíveis. Que lhe feriu, machucou, ignorou. Não se sinta culpado. Você não precisa carregar este fardo e também não precisa amar a todos. Esse amor generalizado é fantasia. É fantasioso. Lembre-se: o vínculo e o amor são construções e sempre dependem de dois lados. O seu sangue, por si só, não carrega amor! P.S.: E agora, você se sente um pouco mais aliviado? P.S. 2: Se este texto lhe soou familiar, considere fazer psicoterapia! Saiba mais sobre psicóloga curitiba via Blogger Vínculos familiares não são necessariamente de amor – Um relato real Texto escrito pela Psicóloga Jóice Bruxel: Não reprima os seus sentimentos: chorar é para os fortes! Frieza, insensibilidade, falta de empatia. Egoísmo, egocentrismo, frustração, amargura. Medo, ansiedade, angústia. Corações partidos e esgotados de muitos vazios. Tempos modernos. Falta de tempo. Vida. Morte. Morte em vida. Vida insensível. Invisível. Soa familiar, pra você? Eu tenho certeza que você consegue relacionar muitos aspectos que eu citei acima com muita gente, inclusive com você mesmo. Mas já que estamos falando sobre você, eu gostaria que você refletisse e respondesse para si mesmo: alguém já lhe mandou engolir o choro? É bem provável que a resposta seja “sim”, e se você for homem, a probabilidade é maior ainda. Porque obviamente, homem que é homem não chora, não é mesmo? Se você achou que eu estava falando sério, me perdoe por lhe desapontar, mas homem que é homem chora sim, chora mesmo, tem alguns, inclusive, que quase desidratam de tanto chorar. Assim como muitas mulheres. Eu, por exemplo, sou uma chorona de carteirinha! P.S.: Aliás, eu não conheço nenhum homem que não seja homem, nunca vi um homem dinossauro, homem periquito ou homem qualquer coisa que não seja "homem - homem". Então, vamos abolir de uma vez por todas esse conceito de “homem que é homem”, porque isso soa no mínimo, como uma expressão preconceituosa e totalmente sem sentido. Enfim, seja você homem ou mulher, não importa, o que importa é que você é um ser humano; e sendo humano, é possível que você também já tenha reprimido o choro alheio e até o seu, e eu lhe convido a pensar sobre isso, sobre o real motivo dessa repreensão: Por que não chorar? Por que não se permitir expressar/externalizar o que você sente? Por que essa necessidade de parecer insensível? Para onde foram as lágrimas que você engoliu? Elas foram em direção ao seu coração e se petrificaram? Ou você ainda carrega o peso de todas elas? Chorar faz bem, alivia a tensão e o estresse, nos liberta de pesos e de sentimentos desnecessários.Chorar pode ter efeitos analgésicos, pois o choro libera oxitocina, adrenalina e noradrenalina (hormônios responsáveis pelo bem estar). Ou seja, isso significa que provavelmente após chorar, você irá se sentir melhor, menos ansioso e automaticamente, mais relaxado. Chorar não tem nada a ver com fraqueza! Em um mundo de tiranos, para se permitir sentir, você precisa ser forte!Vivemos em tempos de inversão de valores e eu acho que isso não é novidade pra ninguém. E no que se trata de sensibilidade, também não é diferente. Em uma sociedade totalmente adoecida, o “bom”, o “bonito”, o “ideal” é quem menos sente, é quem demonstra menos interesse, é quem pratica mais a insensibilidade. Até nos relacionamentos, muitas vezes, a pessoa que menos sente ou a que não sente nada (ou não demonstra), é quem está, aos olhos de muitos,“por cima”. E o egoísmo impera. Porque no final das contas, o que muitas vezes é pregado é que você tem que se importar somente com você, mas na verdade, você também é responsável pelos danos que você causa no outro por livre e espontânea vontade. O outro também é responsabilidade sua/minha/nossa! Existe uma ideia totalmente equivocada que associa sensibilidade com fraqueza. Mas para ser sensível, meu (minha) querido (a), é preciso ser muito forte!Quando você se mostra sensível e pratica a sensibilidade, quando você sente, você se expõe. Para se expor, você precisa abdicar do medo. Você não pode ser covarde. Ao contrário, você precisa, ser, necessariamente, forte.Ao contrário do que muitos pensam, sentir é para os fortes, os menos fortes passam a vida fugindo de sentimentos e criando mecanismos de defesa, como forma de autoproteção. Geralmente por medo ou por baixa tolerância à frustração. Engolir o choro, desse ângulo, não me parece ser a melhor opção. Precisamos aprender a administrar o que sentimos. Precisamos nos permitir sentir e aprender a identificar o que sentimos.Só uma pessoa com um bom nível de autoconhecimento consegue identificar os seus sentimentos. Muitas pessoas só sabem que estão bem, ou não estão. Não conseguem identificar o que sentem. Comece a sentir, mude a sua percepção. Quando algo lhe incomodar observe a si mesmo, como você se sente? O que você sente? Em qual parte do corpo você sente? Tente identificar. Da mesma forma quando você estiver “feliz”. Quais outros nomes você pode dar para felicidade e tristeza, quais são os sentimentos possíveis em ambos os “estados”? É um exercício bacana! Eu pratico muito! Sempre podemos nos conhecer mais, aprender mais sobre nós mesmos, sobre as nossas verdades! E conhecimento da verdade é libertação! Um olhar sensível ao comum. Eu, eu mesma, sensível, chorona, e forte!Você deve ter visto que o meu slogan é: “Um olhar sensível ao comum”, e um dos meus objetivos com esse projeto é fazer você enxergar as pessoas e o mundo ao seu redor, guiado pelos meus olhos, mas através do seu próprio ângulo, de uma forma mais sensível. Quando iniciei esse projeto, eu conversei com algumas pessoas próximas sobre a mensagem e o conceito do slogan e o feedback de algumas foi, nada mais, nada menos, do que relacionar sensibilidade com fraqueza! Não vou repetir tudo o que eu já falei acima, só estou dando o meu exemplo particular para estampar o quanto é real essa ligação. E o quanto é equivocada. Eu sou chorona, tenho os meus sentimentos e os meus sentidos à flor da pele. Mas eu sou forte.A minha força consiste justamente em ser e sentir. Só sou porque sinto, e sinto, muito!Eu me sinto aliviada depois de chorar, depois de “colocar pra fora” o que me entristece, me enfurece e me comove. Chorar me torna forte. Faz eu me sentir viva. Sensível. Humana. Se permita sentir! Seja sensível a você mesmo e também ao outro!Se permita sentir! Você não é fraco, sentir não é feio, é real, é intenso, é vida! Se sentir vontade de chorar, chore; se sentir vontade de sorrir, sorria; se desbloqueie, se sinta! Não se reprima! A vida fica mais leve quando você aprende a entrar em contato consigo mesmo! Que tal fazer o teste? Você topa?Saiba mais sobre terapia curitiba via Blogger Não reprima os seus sentimentos: chorar é para os fortes! Texto escrito pela Psicóloga Jóice Bruxel: O lado B da agressão – Mulheres contra mulheres! Muito se fala em agressão, nos dias de hoje. Agressão física, verbal, moral, emocional, não importa. Ou melhor, importa (e muito), e é justamente por isso que o tema vem ganhando cada vez mais espaço, à medida que muitas pessoas agredidas estão ganhando voz e sendo encorajadas a não mais se calar. Tanto profissionalmente, como pessoalmente, frequentemente ouço relatos dos mais variados tipos de agressão. Alguns casos chegam até a dar um nó no estômago. Porque não, não é (e nunca será) fácil lidar com o sofrimento humano. Às vezes ouço alguns relatos tão revoltantes que quase penso em desistir das pessoas, mas aí eu lembro que existem pessoas que precisam de mim e precisam de ajuda, e então eu simplesmente sigo em frente. Por amor, fé, e uma pontinha de esperança. Uma das coisas que eu percebo que é comum em muitos destes casos é a culpabilização de quem é agredido, como se o agressor só tivesse agredido porque a ação do outro (da vítima, no caso), tivesse lhe dado este direito. Entenda: não importa o que o outro faça, um agressor sempre é o responsável por agredir. Não tem como justificar o injustificável.Frases como “você começou”, “você provocou”, “você é louca”, “essa é só a minha reação”, costumam ser bem comuns. E sim, em uma briga ou discussão, por exemplo, duas pessoas se alteram e muitas vezes se exaltam, mas nada, absolutamente nada, justifica uma agressão. Partiu pra agressão, perdeu a razão. Simples assim. Sobre as agressões sutis que nós, mulheres, sofremos no dia a dia... De outras mulheres!Há um tempo, conversando com uma pessoa próxima sobre agressão, relacionamentos tóxicos e afins, eu lembro que eu trouxe o seguinte ponto: as agressões sutis que eu já sofri de mulheres. Por diversas vezes, eu já me senti agredida por mulheres, assim como também já presenciei mulheres agredindo mulheres. Mas sim, eu também tenho a minha parcela de culpa por na ter feito nada a respeito, mas até então, eu achava que “essas coisas faziam parte”, que “ok, era melhor ignorar e deixar pra la”. O mais absurdo disso tudo, é que normalmente esse tipo de agressão acontece em situações corriqueiras, e muitas vezes, passa despercebido. Mas isso não anula o fato de estar errado.O errado continua sendo errado mesmo quando as pessoas não se dão conta, ou quando muitas estejam fazendo.Sendo que algumas das definições de agressão, segundo o dicionário são: “comportamento destrutivo relacionado à outra pessoa”; “ato de hostilidade, provocação”; “ataque a integridade física ou emocional de alguém”, entre outras definições, eu definitivamente, já me senti agredida por mulheres em diversas vezes e ocasiões. Eu já me senti agredida por mulheres que inventaram mentiras e espalharam fofocas ao meu respeito; já me senti agredida quando mulheres me constrangeram por causa da minha aparência física, com comentários maldosos sobre eu estar sempre de salto alto, usando maquiagem e segundo elas, sempre “muito arrumada”; já me senti agredida quando mulheres por sentirem necessidade de se comparar a mim, tentavam, a todo o custo, me colocar pra baixo, com a finalidade de alimentar o seu próprio ego, me menosprezando ou falando coisas pra “minar” a minha autoestima; já me senti agredida quando cheguei em algum lugar não familiar e claramente percebi grupinhos de mulheres olhando pra mim e falando sobre mim, me analisando de cima a baixo, de todos os ângulos possíveis. Eu já me senti agredida por mulheres verbalmente, e inclusive já fui agredida fisicamente por uma pessoa que eu considerava muito minha amiga. E sim, relacionamentos tóxicos de amizade também existem! Já presenciei mulheres sendo maldosas, inventando mentiras, sendo extremamente falsas, dissimuladas e fakes umas com as outras, porque ainda vivemos como se fôssemos todas inimigas. Vivemos como se tivéssemos a necessidade de ser melhores do que as outras, mais bonitas, mais inteligentes, e com mais sucesso. Vivemos também na ilusão de que todos os atributos citados acima sejam mensuráveis e de que talvez possuindo mais virtudes do que as outras, sejamos mais propícias ou mais dignas de receber amor. Acredito que no final das contas, essa seja a finalidade maior: a necessidade de ser amada.E talvez quanto mais competitividade, menos amor sobre. Menos amor exista. Mais falta se multiplica. Já vi mulheres culpando mulheres por serem agredidas, como se estas não fossem dignas de respeito, só por serem diferentes e terem opções de vida e ideias distintas. Já ouvi mulheres desmerecendo mulheres ou as julgando menos capazes, inteligentes, astutas, por serem mulheres. Não consigo entender porque muitas, ainda hoje, pensem desta forma. Enxergam as outras como concorrentes, competidoras, rivais. Quer dizer, consigo entender, mas não compreender. De qualquer forma, é cultural. Os “concursos de beleza” estão aí para provar isso. Desde pequenas aprendemos que precisamos nos destacar pela beleza, aliás, mais pela beleza do que por qualquer outra coisa. Como se essa fosse a coisa mais importante de todas. Mas eu lamento informar: não é!Aliás, beleza pra quem? Quem é o espectador? Eu sei que existem questões sobre beleza que são universais, mas o meu conceito de beleza tem muito mais a ver com os olhos de quem vê, do que com a pessoa que é bela, em si. Existem muitos tipos de beleza, quem sou eu pra definir o que é belo? Quem é você? Podemos definir o que é belo para nós mesmos, perante a nossa perspectiva, gostos, achismos, etc. Existe uma rivalidade feminina velada, aonde quer você esteja. Em alguns lugares mais, em outros menos. Depende do ambiente e de quem são as fêmeas frequentadoras. Mulheres: uni-vos! Nós não somos rivais! Se somos semelhantes, devemos ser também, aliadas!Acredito que as coisas estejam melhorando neste sentido. Algumas de nós já praticam a empatia, o companheirismo e a quebra dessa visão de rivalidade com todas as outras mulheres do mundo. Muitas toleram somente as que pensam como elas, se vestem como elas, possuem as mesmas visões sócio-político-culturais e participam dos mesmos movimentos que elas, mas isso não é tolerância, é intolerância mascarada de luta por uma causa específica. No final das contas, lutar só pelo que se acredita é egoísmo, temos que lutar por todas nós, mesmo discordando de grande parte das mulheres, a luta tem que ser por todas. De qualquer forma, ainda há muito caminho pela frente. É uma mudança de paradigma, de perspectiva e também cultural.Não adianta defender umas e atacar outras! Todas merecem respeito!P.S.: O sucesso de uma mulher jamais deveria ser uma afronta pessoal para as outras mulheres. Precisamos reconhecer o que a outra mulher tem de bom, as suas qualidades, os seus pontos fortes e positivos. Sem comparações. Sem inveja. Sem aquela vontade interna de que a outra se ferre ou que dê tudo errado pra ela, para que assim, nos sintamos um pouco melhores e confortáveis em nossa própria pele. E você, não permita ser agredida e não agrida! Não adianta falar de agressão se você também agride, nem que seja sutilmente! Não agrida outras mulheres por pensarem/viverem/se vestirem/agirem de forma diferente de você. Tenha empatia. Respeite. Estenda a mão, sempre que puder. Não se cale, mas também não provoque o silêncio alheio! Todas nós devemos ter voz, e com certeza juntas, seremos mais ouvidas! Uni-vos em vossas diferenças!Saiba mais sobre psicoterapeuta em curitiba via Blogger O lado B da agressão – Mulheres contra mulheres! Texto original da Psicóloga Jóice Bruxel: Como você reage a um elogio? Olá! Que bom que você está aqui! Obrigada pela sua presença! E sim, eu sabia que você viria! Mais cedo ou mais tarde. Sim, você! Você mesmo! Sabia que você é uma pessoa incrível, cheia de qualidades e dons? Sabia que o seu sorriso é capaz de alegrar uma multidão de pessoas rabugentas em plena segunda de manhã? Sabia que os seus olhos e o seu olhar, são capazes de transmitir uma mensagem que pode salvar os dias (ou vidas) alheios? Sabia que o seu abraço é tudo o que alguém no mundo precisa, para ter força e coragem de seguir em frente? Você deve estar se perguntando como eu sei quem você é. E se queres saber a verdade, eu não sei. Mas sei que você merece muitos elogios, porque você com certeza têm muitas virtudes e muita garra, para estar aqui e conseguir permanecer neste mundo. Como você se sente agora, sabendo que você é especial e que assim como eu, existem outras pessoas gratas pela sua existência? Você consegue lidar com a importância de ser você mesmo? Pare de se menosprezar e assuma as suas qualidades!Eu gosto de elogiar as pessoas, tenho o hábito de ressaltar as qualidades e pontos positivos de cada pessoa com a qual eu convivo. E foi isso que me fez escrever este texto: a reação da grande maioria delas. Muitas pessoas não sabem receber um elogio. Não sabem o que fazer com ele. Não sabem como agir, ficam “sem jeito”, e muitas vezes, respondem automaticamente com algo que possa a vir a menosprezá-las. Talvez seja pelo fato de vivermos em um mundo que tenta, o tempo todo, nos colocar para baixo, esfregando na nossa cara o quanto não somos tão bonitos, tão alegres, tão fabulosos, tão inteligentes, tão bem sucedidos quanto deveríamos ser. Talvez seja por sermos autocríticos demais, ou simplesmente porque exista uma falsa humildade em nos menosprezarmos. Muitas pessoas estranham quando alguém, ao receber um elogio, aceita e concorda com a pessoa que o elogiou, reconhecendo um ponto positivo, alguma característica, ou alguma qualidade sua.E assim como existe uma falsa humildade no menosprezo de si mesmo, também existe uma falsa arrogância no reconhecimento de suas qualidades.Reconhecer que você é bom em algo não te faz arrogante, te faz vitorioso. Faz valer todo o sacrifício, todo o esforço e toda a luta. Reconhecer que você tem características físicas que são atraentes e bonitas, não faz você se sentir a Gisele Bündchen ou o David Beckham, apenas mostra que você reconhece a sua beleza particular, que você consegue se olhar com olhos amorosos e que apesar de não ser a miss ou o mister universo, você tem o seu charme. A sua beleza. As suas características positivas e bonitas (principalmente para os seus olhos, e do seu ângulo). Lembro de um episódio, em alguém disse que os meus olhos eram bonitos. O elogio foi este: “você, tem olhos muito bonitos, sabia? Um dos mais lindos que eu já vi”. Eu agradeci o elogio e respondi com sinceridade, dizendo: “Sim, sabia. Eles são mesmo. Obrigada.” A pessoa arregalou os olhos e fez uma cara estranha, quase uma careta, e me chamou de “convencida”. Eu levei na brincadeira e disse: “me convenceram”. Lembro de ter me questionado neste dia, se agi de maneira feia ou se de alguma forma, fui arrogante. Cheguei à conclusão de que não, não fui (embora eu acredite que a outra pessoa tenha julgado de tal maneira, pela sua reação). Seria hipocrisia eu dizer que não concordo, porque sim, eu também acho os meus olhos lindos. Também seria hipocrisia eu fingir estar surpresa, porque eu ouço isso praticamente todos os dias da minha vida. De pessoas diferentes. E então, das alternativas que eu tinha, assumir a beleza dos meus olhos, foi a única hipótese não hipócrita. Assuma as suas qualidades! Se veja com amor e admiração. Receba os elogios de uma forma carinhosa e regozija o teu coração! Você é responsável por suas qualidades! Você tem muito valor! Elogie mais! Reconheça o valor do outro!Quantos elogios sinceros você recebe e quantas críticas? Você já parou para contabilizar? Em casa, com os amigos, no trabalho? Se você é como a maioria de nós, humanos, também recebe mais críticas do que elogios (seja direta ou indiretamente). Alguma vez você já teve aquela sensação, de que quando você faz tudo certo ninguém vê e reconhece, mas quando você faz uma uma única coisa errada, por mais que seja um erro banal, o mundo inteiro cai sobre você? Eu já. Muitas vezes.O fato é que nós não temos (e nunca teremos) controle sobre o outro. Tudo o que podemos fazer, é modificar a nós mesmos.Podemos modificar como nos sentimos, como nos enxergamos, o que valorizamos (em nós e nos outros) e a forma como lidamos com as nossas qualidades. Devemos reconhecer as nossas qualidades, e nos desprender dos nossos defeitos. Porque não são eles quem ditam quem somos. Nós somos mais do que os nossos defeitos. Quantas vezes você reconhece o valor do outro, ao invés de enxergar somente os seus erros ou os seus defeitos? Quantas vezes você elogia e foca nas coisas boas, ao invés de só criticar e destacar os pontos negativos e defeitos? Reconhecer o valor do outro implica em ser alguém de valor!Pessoas que só julgam e despejam a sua frustração sobre o outro, com enxurradas de críticas e descontentamentos, provavelmente não estão bem consigo mesmas. Menosprezar o outro pode demonstrar inveja, insegurança, e até falta de amor próprio, inclusive. O sucesso do outro não pode ser um insulto pessoal, nós precisamos reconhecer valor alheio, sem que isso interfira em nosso próprio ego e sem que façamos comparações absurdas e nos sintamos ameaçados por isso. Nós vemos no outro o que já existe em nós. Se você é uma pessoa com um olhar feio, a feiura está em você, nos seus olhos e no seu coração. Veja a beleza e torne-se belo. Espalhe beleza por onde você passa!Elogie mais! P.S.: Alguém já disse que você é especial, hoje? <3Saiba mais sobre psicólogos em curitiba via Blogger Como você reage a um elogio? Artigo escrito pela Psicóloga Jóice Bruxel: Sobre a solidão compartilhada em tempos de muitos contatos No mesmo espaço físico, mas severamente distantes. Cada um no seu mundo. Máquina de indivíduos. Individuais. Individualizados. Tão difícil encontrar verdadeiras companhias, aquelas que falam olhando nos olhos, que vivem o presente e estão verdadeiramente presentes, que sincronizam a alma, que valorizam os detalhes. Tão raro alguém demonstrar que se importa, quando não existe platéia. Conversar no privado, perguntar como você está, disponibilizar ajuda, demonstrar de verdade, sem querer que mais alguém veja, pra causar uma boa impressão, pra passar uma imagem forjada e de alguma forma, se beneficiar dela. Tão raro. Raridade. Raríssimo.Você também se sente sozinho?As pessoas andam tão tristes, tão adoecidas e tão carentes porque faltam verdadeiras companhias. Falta sensibilidade. Faltam olhares. Olhos nos olhos. Toque. Falta quem se importe de verdade. Empatia. Falta amor! E não, eu não estou dizendo para você abolir a tecnologia da sua vida ou para deletar as redes sociais porque elas são as vilãs do momento, eu só quero que você entenda que a sua vida precisa de mais emoção do que novas notificações. As pessoas o seu redor, e principalmente as que estão do seu lado, precisam da sua presença. E mais do que fisicamente, elas precisam de você presente. De corpo, de alma, de coração e intenção. Então fica aqui o meu apelo: por favor, doe seu tempo, doe atenção, olhe para quem está ao seu lado. Olhe para dentro. Sinta! Este é o maior presente que você pode dar para alguém, e também para si mesmo! Seja/esteja presente! A verdadeira solidão é estar rodeado de gente, mas se sentir sozinho porque ninguém está verdadeiramente presente! Saiba mais sobre psicólogo em curitiba via Blogger Sobre a solidão compartilhada em tempos de muitos contatos Post produzido pela Psicóloga Jóice Bruxel: Ser pai é um papel, não é ser ajudante de mãe! A figura paterna e a figura materna possuem diferentes funções para um filho, assim como também uma distinta inserção na formação da sua personalidade. Existe uma crença, um tanto quanto equivocada, no que se refere aos papéis, em si. Nós não somos mães e pais inatos, obviamente a nossa natureza é procriar e somos biologicamente preparados para isto, mas no que tange e se tratando de questões psicológicas e emocionais, nós aprendemos a ser mães e pais, nós desenvolvemos estes papéis e as funções destes papéis, e é através deles que criamos vínculos afetivos com nossos filhos (ou não). Ou seja, você não ama o seu filho desde o primeiro momento que você o vê, ou quando ele ainda está na barriga da mãe. Você pode amar a ideia, pode ter muitas expectativas, o seu filho pode ter um significado muito positivo e ele pode ter sido muito desejado (e que bom seria se todos os filhos fossem desejados), mas ainda assim o amor e o vínculo são construções e ainda há bastante caminho a ser percorrido. Esqueça o glamour. Entenda a realidade e faça o melhor que você puder com isso.Um filho vem para bagunçar qualquer estrutura, chega exigindo novas configurações, ou melhor, uma reconfiguração familiar. É um “abalo” na estrutura, e não, eu não estou falando que isto não é maravilhoso, mas nem sempre é tão “glamouroso” como é vendido. É cansativo, exaustivo, requer muito esforço, paciência, aprendizado, dedicação. Já ouvi muitas mães frustradas por não se sentirem em êxtase após o nascimento de um filho, e sim, exaustas. Já ouvi relatos de mães que não se sentiam mães porque ainda se sentiam deslocadas com a realidade e com as exigências da maternidade. Já vi pais, que não se sentiam pais, porque não queriam ficar com a mãe da criança, como se a função de pai, fosse dependente da função da mãe. Se não está com a mãe, não exerce o papel de pai. Ele se torna nulo. Inexistente. Resta só a função de procriador.O que me impressiona também, é que muitas vezes, ao nascer um filho, muitos homens não se identificam muito com o papel de pai e suas funções, e adotam uma postura de "ajudantes de mãe". E pior ainda, há quem julgue ser um “plus”, os bonitões se prontificarem a fazer alguma coisa.Eu acho um absurdo quando alguém pergunta para uma mãe: “mas o fulano (no caso o pai) te ajuda”? Como se ajudar a cuidar de um filho fosse uma opção. E há quem defenda: “Ah, mas o marido trabalha fora e de noite ele chega cansado, quer mais é descansar, ele tem o direito de relaxar”. Mas e a mulher, que logo após o nascimento do bebê, está sofrendo mudanças hormonais drásticas? E a mulher que precisa fazer um reconhecimento de si mesma e que mudou completamente a sua rotina e agora vive em função daquele bebê? E a mulher que na maioria das vezes é responsável pela casa, pela comida, e muitas vezes, também tem uma profissão e precisa (ou quer) conciliar isso o quanto antes possível? E a mãe? Também tem o direito de estar cansada? Também tem o direito de descansar? O seu filho precisa do seu olhar e da sua presença!Pais entendam: O seu filho precisa do seu tempo! Eu sei que você está cansado e muito provavelmente está preocupado com as coisas da vida, como por exemplo, manter o seu emprego e suprir para a sua família (principalmente agora que os gastos serão mais elevados, com a chegada do novo filho). Mas o seu filho precisa mais do que isso! Ele precisa ser emocionalmente amparado também por você, e não só pela mãe. O seu tempo e a sua atenção, são os melhores investimentos que você pode fazer nele, e consequentemente, na sua família. Como falei anteriormente, o vínculo é uma construção, se você não tiver tempo para o seu filho hoje, você perderá muito no futuro. E muitas vezes, as perdas são quase irreversíveis. Pais ausentes criam filhos ausentes. Porque o futuro é uma construção do presente. É uma consequência.Simplificando: sabe porque a sua presença é fundamental? Porque a ausência causa danos!O seu filho precisa de você e você será o herói dele. Chegará o tempo em que ele estará na fase da repetição e ele vai querer repetir tudo o que você faz, a forma como você fala, anda, gesticula, e ele verá em você força e também um espelho. Sim, ele vai se espelhar em você! Seja uma boa influência. Você faz parte de quem seu filho é, da sua construção e de quem ele será. Não deposite milhares de expectativas nele, crie expectativas em você mesmo, exercendo o papel de pai. Se você for melhor, se agir melhor, se pensar melhor, é o que você vai passar para o seu filho. Ensine valores, mas seja você um pai e um homem de valor. Sabe aquele ditado que diz: “diga-me com que andas, que te direi quem és”? Eu arrisco dizer: “diga-me quem são os seus pais, que te direi quem és”. Aliás, você já pensou em qual imagem quer passar para o seu filho? Você já pensou com quais olhos quer ser visto por ele? Em como será a relação de vocês no futuro? A sua relação com seu filho independe da relação dele com a mãe. É responsabilidade sua! Não esqueça: O futuro é uma extensão do presente. Não deixe para ser pai depois, exerça o seu papel agora. Se você deixar para ser pai no futuro, provavelmente você já perdeu esse lugar há muito tempo. Tenha em mente: você é o herói do seu filho. Não despreze isso!Saiba mais sobre psicologia curitiba via Blogger Ser pai é um papel, não é ser ajudante de mãe! Quando você se dá conta de que é apenas um número está na hora de rever as suas prioridades!9/4/2018 Originalmente publicado pela Psicóloga Jóice Bruxel: Quando você se dá conta de que é apenas um número, está na hora de rever as suas prioridades! Dia típico: você ouve o despertador tocar, mas não quer despertar. Só mais cinco minutinhos elevado ao máximo de vezes que der para colocar o despertador no “soneca”, e dar aquela viradinha pro lado, tão preciosa nos tempos modernos. Até que não dá mais pra adiar e você precisa criar coragem e levantar, porque se você continuar neste ritmo, muito provavelmente irá se atrasar (se é que você já não está atrasado). E sim, de vez em quando levantar da cama é um ato de coragem. Quem nunca teve um dia (ou uma semana, um mês, whatever) desses, que atire a primeira pedra. Come algo correndo, ou nem come porque não dá tempo, ou se você for como eu, porque não consegue comer nada quando acorda. Mas o café, ah o café, muito provavelmente ele deve ser o seu grande aliado. Sempre foi o meu, antes de tomar uma boa xícara de um café purinho, não gosto nem de me encontrar com outros seres humanos. Porque nem eu mesma me encontrei ainda, é como se eu ainda não tivesse me encaixado no meu próprio corpo. Quando você finalmente sai de casa e chega ao seu destino, muitas vezes, fez tudo tão no “piloto automático” que mal sabe como chegou lá, mas enfim, você faz o que tem que fazer, cumpre as suas obrigações e é assim que o dia passa. Você dá conta de todas as tarefas, mesmo que “dar conta” signifique negligenciar a sua esposa (ou esposo), os seus filhos, o seu cachorro/gato/pássaro/dinossauro, e até a sua saúde (física e mental), mas você precisa ser produtivo e gerar lucro, afinal, você precisa pagar as contas e não pode fracassar. Aliás, essa é uma das grandes besteiras que enfiaram na nossa cabeça, que “quem não dá conta de tudo, é fracassado”. Então você permite ser sugado até a sua última gota de entusiasmo, e fica seco, sugado, vivendo em um círculo vicioso em que extraem o melhor de você, por dinheiro. E você permite que alguém tenha sucesso usando os seus dons e o seu talento, porque você precisa sobreviver.O dia termina. E mais uma vez você pega as suas coisas e vai pra casa, sem energia, sem disposição, pensando no quanto a vida tem sido dura e o quanto é difícil ser adulto e simplesmente, sobreviver. Muito provavelmente você se sente insatisfeito. Com tudo. O tempo todo. Porque eu entendo, a vida realmente não faz sentido desta forma. Precisa existir algo a mais. Algo que faça o seu coração vibrar, pulsar e querer continuar batendo. Algo que ao invés de tirar a sua energia, te dê mais energia. Que te motive. Que te faça sentir vivo. Vivendo. E não sobrevivendo. Aos "trancos e barrancos", o tempo todo. Eu sei que você está cansado. Mas aonde você quer chegar?É fácil perceber que existe uma inversão de valores gigantesca, quando nos damos conta de que a nossa sociedade prega a "glamourização da exaustão".Quanto mais atarefado você for, quanto menos horas você dormir, quanto menos tempo você tiver para dedicar a si mesmo e as pessoas que você ama, mais "guerreiro" você é, mais "sucesso" você tem. Porque sim, muita gente acredita que você precisa sofrer e sacrificar tudo e todos, para simplesmente "chegar lá". Mas o problema é que muitas pessoas passam a vida inseridas nesse sistema, sem ao mesmo se questionar aonde elas querem chegar. E no final das contas, muitas percebem que não chegaram a lugar algum. E o pior de tudo: não há recomo recuperar o tempo. Por isso, precisamos aprender a fazer bom uso dele. Nossas prioridades definem quem somos.Nós não damos conta de tudo, o tempo todo. Ou pelo menos, não por muito tempo. Eu passei alguns anos da minha vida, durante a faculdade, dormindo em média 3-4 horas por noite. Porque eu morava longe da faculdade, demorava quase 2 horas para ir + 2 horas para voltar, pegava em torno de 7 ônibus por dia. Eu trabalhava, eu fazia estágio da faculdade, e eu não sei como fazia, mas fazia um monte de coisas ao mesmo tempo. E eu vivia exausta. Foi uma rotina exaustiva, física e mentalmente. Não sei como consegui passar anos naquele ritmo. Mas eu aguentei. Porque eu tinha uma finalidade. E eu acho que isso é importante: a clareza dos seus objetivos. Toda a decisão que você toma, implica em renúncias. Automaticamente, quando você decide ir por um caminho, você deixa vários outros para trás.E essa ponderação é que a mais difícil. O que é mais importante? O que é prioridade? Quais são os reais objetivos? Aonde você quer chegar? Até onde você pode ir? Eu trouxe o meu exemplo pessoal, para estampar que por vezes, você precisa fazer o que é necessário, até que você possa fazer o que você realmente quer. Você utiliza os meios que você tem ao seu alcance, para atingir um objetivo. Foi o que eu fiz. Mas não, eu não estava me sentindo bem naquele ritmo. Eu não estava satisfeita com aquilo. E hoje a minha rotina não é mais aquela. O meu ritmo desacelerou. Eu consigo pensar melhor, consigo sentir melhor, minha criatividade é outra, minha saúde melhorou. Enfim, os benefícios de não estar mais exausta daquela forma são inúmeros. Mas eu sei tem gente que me admirava mais naquela época, quando eu vivia em um ritmo frenético e estava à beira de um colapso. É assustador pra muita gente, quase uma afronta, alguém nos dias de hoje dizer que está tranquilo, calmo e realmente agir como tal. É assustador pensar em algum sujeito qualquer, na fila de um banco, por exemplo, sem pressa, aproveitando o momento para conversar com pessoas, observar, interagir. É assustador alguém que curte o presente, que "saboreia" cada momento. Eu sei. Eu entendo. Eu mesma já ouvi de alguém próximo que "eu sou muito presente". E isso assusta. Se você não acredita, comece a analisar as pessoas a sua volta e a você mesmo. Desacelere por alguns instantes e perceba os efeitos disso. Em você, e nos outros. O "normal" é estar preocupado, exausto, estressado, nervoso, mal humorado, rabugento. O normal é reclamar, achar que a vida dos outros é melhor do que a sua porque você acredita no que as pessoas estampam nas redes sociais. Esse é o "normal". Só que não, não é! Não se conforme se isso te causa estranheza! A vida é mais do que pagar boletos, sobreviver e criar sintomasA grande dificuldade, a meu ver, quando estamos inseridos em um sistema caótico que tenta nos levar, a todo o instante, para o abismo, é não conseguir enxergar fora desse sistema porque todas as nossas forças já estão esgotadas e porque com a exaustão, nossos olhos ficam vendados.Este sistema que nos deixa exauridos, uma hora ou outra, nos adoece. Ficamos abalados emocionalmente, revertemos nosso cansaço e nossa exaustão em sintomas, e este é só o começo do desandar das coisas.Entramos na tão famosa “estafa”, ficamos frente a frente com a Síndrome de Burnout e depois de chegarmos ao fundo do poço, muitas vezes, o sistema (por ex, uma empresa) na qual estávamos inseridos nos considera inaptos ou incapazes, e já não somos mais uma boa opção para fazer parte daquele ambiente ou daquela equipe. E o resultado disso tudo é que muitas vezes somos "chutados", na maior frieza, porque o sistema não é feito para ver sujeitos com limitações, indivíduos portadores de necessidades, seres humanos, ele é criado e baseado em números, em produtividade e resultados, e não importam muito os meios para atingi-los (e nem os protagonistas desta trajetória). Esta não é a regra, mas é uma realidade frequente. E eu te convido a fazer uma breve reflexão: Você já parou para pensar como você se sente, frente à sua própria vida? Você sente que ainda possui as rédeas, ou já se deixou levar pela maré há muito tempo? Para onde estão indo os seus dons? A sua criatividade? Se você não estivesse fazendo o que está fazendo hoje, qual seria uma opção prazerosa para você? O que te impede de tirar a venda dos seus olhos e seguir os seus sonhos? Você se sente satisfeito com as decisões que tem tomado e com as escolhas que tem feito? Você não precisa responder todas estas perguntas. E eu também não estou aqui para te dar fórmulas ou respostas prontas. Mas eu quero te fazer pensar, e é muito importante você se questionar sempre! Questione! Saiba mais sobre terapia em curitiba via Blogger Quando você se dá conta de que é apenas um número, está na hora de rever as suas prioridades! Artigo escrito pela Psicóloga Jóice Bruxel: Você precisa aprender a dizer NÃO! Eu tenho certeza que em algum momento da sua vida você já se deparou com este conflito interno: como dizer não para o outro, sem que este se ofenda e sem parecer que eu estou menosprezando ou invalidando a sua demanda (seja ela qual for) porque simplesmente, não me convém ou não estou afim? Pode parecer exagero, mas algumas pessoas simplesmente não conseguem se posicionar e preferem inventar várias desculpas a ter que lidar com a verdade. Eu conheço pessoas que passam a vida inventando desculpas, daquelas mais esfarrapadas mesmo, até nas ocasiões mais banais, porque não conseguem dizer a verdade, sendo que a verdade seria bem mais simples do que ter que articular vários desdobramentos criativos para simplesmente não ter que verbalizar a tão temida palavrinha mágica: “NÃO”! A questão é: não existe problema algum em dizer não, mas de alguma forma, criamos em nossa cabeça a ideia de que é feio ou constrangedor impor limites ou negar vontades e necessidades alheias que não estão de acordo ou que vão de encontro com as nossas. Porque você não precisa satisfazer vontades e necessidades que não são suasNão sejamos mimados: obviamente o mundo não gira em torno de nossas vontades e necessidades, e muitas vezes, precisamos abrir mão delas em prol de outras pessoas, família, filhos, companheiro (a), etc, tudo depende de quem é prioridade para você. As pessoas e os cenários mudam, mas os conflitos são os mesmos (ou pelo menos, muito semelhantes). Sem dúvida alguma, de vez em quando, é preciso ceder. Nem tudo o que fazemos na vida é legal ou divertido, sacrifícios e esforços são necessários, mas até estes precisam estar alinhados e de acordo com o que acreditamos, com uma finalidade maior visualizada por nós mesmos, e não pelo outro. Então, o que eu quero dizer é: você precisa aprender a dizer não, quando o que o outro está exigindo ou esperando de você não vai de acordo com o que você acredita, com seus princípios, valores, e até com as suas crenças. Se você precisa se anular, não está certo. Porque você tem voz e deve se fazer ouvido. Aprender a dizer não e a impor limites é libertador e te dá mais credibilidadeSe você não está com vontade ou disposto a ir a algum evento ou a algum lugar, não vá. Se posicione. Fale a verdade. É um direito seu. Mesmo que o seu melhor amigo esteja esperando por ele há meses, a espera e a vontade de ir é dele, e não sua. Obviamente, como falei acima, você pode ceder, mas se você estiver em um péssimo dia, em péssimas circunstâncias e a sua ida te cause dano, você pode simplesmente dizer a verdade e se recusar. Dizer não para o outro estabelece uma linha, uma fronteira e acredite, dá credibilidade e inspira confiança. É muito mais fácil confiar em alguém que estabelece limites, porque normalmente esta pessoa também respeita os limites alheios. Não invente desculpas, você não precisa disso. Diga não quando quiser dizer não, diga sim quando quiser dizer sim. Sem jogos, sem manejos. Se alguém se sentir incomodado com o seu posicionamento, deixe que esta pessoa se resolva com a sua intolerância ou frustração. Lembre-se: “desculpa esfarrapada” quer dizer, mentira. E quem vive na mentira, vive na ilusão. Lide sempre com a verdade. Você é (e sempre será) responsável por suas ações e palavras, e não pelo o que as pessoas fazem com elas! Saiba mais sobre psicologia curitiba via Blogger Você precisa aprender a dizer NÃO! |
AutoraOlá, meu nome é Jóice Bruxel, eu sou psicóloga clínica em Curitiba e atualmente atuo com psicoterapia e terapia de casal. Com um projeto pessoal em meu nome, também sou escritora e colunista em vários sites de psicologia, comportamento, saúde, autoconhecimento e bem estar. Agende agora a sua consulta! Histórico
Março 2019
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